Suiça vira paraíso para moedas virtuais
09/12/2017 02h00
Em Chiasso, cidade com menos de 10 mil habitantes na fronteira com a Itália, os moradores poderão pagar parte dos impostos por meio de bitcoins.
cada vez mais realidade no país.
É no país, por exemplo, que está a sede do ether, segundo maior concorrente do bitcoin e que acumula alta de 400% no ano, ante 1.500% da rival. Essa valorização das moedas já gerou alertas de autoridades de diversas partes do mundo, inclusive do BC brasileiro.
té mesmo as mensalidades de alguns cursos na Universidade de Lucerna podem, agora, ser quitadas com o dinheiro digital. O novo meio de pagamento serve, por exemplo, para a especialização em blockchain, sistema usado para a segurança nas operações com moedas virtuais.
Em Zug, a 30 km de Zurique, não apenas é possível comprar passagens de transporte público com bitcoins como também a cidade, por causa do perfil inovador, hoje é chamada de “Crypto Valley” –referência ao Vale do Silício, nos Estados Unidos.
São dezenas de empresas de tecnologia e blockchain (entre elas a responsável pelo ether) instaladas na região, que já é famosa pela política de baixos impostos.
“Na Suíça, encontramos estabilidade, um ambiente favorável a esses negócios, além da descentralização dos poderes”, disse Tom Lyons, chefe de comunicação da Associação do Crypto Valley.
Apesar de ter boas previsões para o blockchain, Lyons diz não saber o que vai acontecer com a supervalorização de moedas, sendo, segundo ele, possível que uma bolha esteja sendo criada.
A opinião não é compartilhada por Cyrus Fazel, fundador e presidente do SwissBorg, empresa de Lausanne e que é especializada na gestão do patrimônio digital.
“Esse é o futuro. Não é possível impedi-lo. Se um país tentar restringir esse mercado, talvez o vizinho seja mais flexível e, assim, haverá uma competição desequilibrada.”
Para captar recursos, o SwissBorg realizou nesta semana um Initial Coin Offering (oferta inicial de moeda, em inglês). É o seguinte: a companhia apresenta seu projeto, os interessados investem e têm direito a voto nas decisões da empresa e, se o negócio for bem-sucedido, passará a ganhar com a distribuição de receita e com a valorização do token, que, de maneira geral, funciona como uma ação e é negociado num mercado secundário.
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Carolina Daffara/Folhapress | ||
ONDE GUARDAR CRIPTOMOEDAS
Elas são armazenadas em carteiras, que têm senhas gigantes e muito difíceis de memorizar
PAPER WALLET
A senha de acesso às criptomoedas fica guardada em um papel
Desvantagem: Perder o papel, já que não há backup
HARDWARE WALLET
A senha fica off-line, em um pen drive, por exemplo, ou em dispositivo específico para criptomoedas. Ledger e Trezor são as mais confiáveis
Desvantagem: no Brasil, o dispositivo específico custa mais de R$ 500
CARTEIRA ON-LINE
Uma corretora administra as senhas e contas de seus usuários
Desvantagem: A corretora pode sofrer um ataque, ou, se não for idônea, pode orquestrar um golpe
CARTEIRA MOBILE OU COMPUTADOR
A senha fica armazenada no smartphone ou no computador
Desvantagem: os aparelhos podem ser invadidos, ou o usuário pode esquecer que tem bitcoins e formatar o HD
Carolina Daffara/Folhapress | ||
PARA INVESTIR EM BITCOIN
Quem pode?
Corretoras permitem maiores de 18 anos com CPF
Onde investir?
Por meio de corretoras especializadas, que criam carteiras no nome dos clientes para que eles gerenciem seus bitcoins
Há mínimo?
R$ 50, o que dá para comprar uma fração da moeda
Como funciona?
O investidor deve transferir o valor para a corretora, que faz a intermediação com quem deseja vender, como no mercado de ações
Há custos?
As casas cobram taxa de quem compra e de quem vende
Tem IR?
Ganho de capital para venda acima de R$ 35 mil é tributado pela Receita em 15%
Quais os riscos?
Volatilidade; roubo #de moedas por hackers; quebra da corretora; falta de garantia; surgimento de outras moedas