Asfixia financeira das empresas ameaça recuperação da economia

Asfixia financeira das empresas ameaça recuperação da economia
ÉRICA FRAGA
MARIANA CARNEIRO

DE SÃO PAULO
07/08/2016 02h00
As perspectivas de retomada da economia brasileira são ameaçadas pela asfixia financeira das empresas privadas, que estão atoladas em dívidas e encontram dificuldades para voltar a investir.
No período de 12 meses encerrado em março, mais da metade das companhias de capital aberto não conseguiu gerar recursos suficientes para cobrir despesas com juros e parcelas de suas dívidas.
Em 2014, quando a economia brasileira começou a encolher, pouco mais de 30% dessas empresas se encontravam em situação semelhante.
“A condição das empresas se agravou de forma tremenda”, diz o economista Carlos Antonio Rocca, do Centro de Estudos do Instituto Ibmec. “Elas não conseguiram nem arcar com o pagamento de juros, condição mínima de sobrevivência no curto prazo.”
A pedido da Folha, Rocca analisou os balanços apresentados em março por 284 das maiores companhias de capital aberto do país e calculou os indicadores que permitem avaliar sua solvência.
Considerando sua atual capacidade de geração de caixa, 4 em cada 10 empresas precisariam de mais de cinco anos para faturar o suficiente para quitar suas dívidas.
Sem equacionar o endividamento excessivo, o acesso das empresas ao crédito bancário –que ficou mais escasso e caro com a recessão– tornou-se ainda mais restrito.
Sem recursos, as empresas cortam investimentos para aquisição de máquinas e inovação, que poderiam aumentar a eficiência e dar impulso à retomada da economia. Isso limita a capacidade do país de voltar a crescer, problema que, segundo economistas, pode ter efeito duradouro.
“A principal característica dessa crise é um problema generalizado de solvência”, afirma o economista Paulo Leme, presidente do conselho do banco americano Goldman Sachs no Brasil. “Se o setor privado não resolver seu endividamento, não conseguirá voltar a investir.”
Desde o segundo trimestre de 2014, início da atual recessão, a taxa de inadimplência das empresas subiu de 3,4% para 5,1% dos empréstimos, segundo o BC. Isso tem contribuído para diminuir o lucro dos maiores bancos do país.
O estrangulamento sem precedentes foi provocado, em parte, pela falsa percepção de que o país tinha saído ileso da crise global de 2008.
“Os empresários acreditaram no Brasil grande, se endividaram para ampliar a produção, abrir lojas e levantar edifícios”, diz Marcelo Gomes, presidente da consultoria Alvarez & Marsal, especializada na reestruturação de empresas, no Brasil. “Com a crise, a demanda por tudo isso desapareceu, mas as dívidas, não.”
A situação foi agravada pelo aumento da inflação –que, além de corroer ganhos, forçou o BC a aumentar os juros– e pela desvalorização da moeda brasileira, que fez explodir as dívidas em dólar.
Segundo o Banco Central, o saldo da dívida externa das companhias não financeiras passou de US$ 58 bilhões em março de 2008 para US$ 106 bilhões em junho deste ano.
Além disso, o avanço das investigações da Operação Lava Jato tornou frágil a situação financeira das grandes construtoras e de empresas ligadas à Petrobras, fazendo os bancos se retraírem.
PROTEÇÃO
Com a corda no pescoço, um número crescente de empresas tem recorrido à Justiça em busca de proteção para negociar melhores condições com os credores. Apesar do alívio, nem sempre dá certo.
O empresário Marcelo Carneiro, dono da construtora Tecnosolo, conhece bem essa realidade. Sem receber por obras que fez para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ele entrou em recuperação judicial em 2012.
Um ano depois, saiu do processo com as dívidas equacionadas. Mas teve dificuldades para receber da Prefeitura do Rio de Janeiro por obras feitas para a Olimpíada, caiu de novo no vermelho e foi à Justiça contra a cidade.
Carneiro cobra R$ 23 milhões, mas diz que a maior parte será entregue a fornecedores quando receber. “Vão sobrar só R$ 3 milhões para investir”, afirma. A Tecnosolo demitiu 600 funcionários e ficou com 60. A crise tornou investimentos em inovação imprescindíveis: “Quem não inovar está morto”, diz.

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