Itaú ameaça deixar negociações com JBS e cobrar R$ 1 bilhão da empresa
DANIELA LIMA
EDITORA DO “PAINEL” – FOLHA DE SÃO PAULO
RENATA AGOSTINI
DE SÃO PAULO
13/06/2017 02h00
O Itaú Unibanco ameaça deixar as negociações com a JBS e cobrar antecipadamente cerca de R$ 1 bilhão que tem a receber da empresa. A intenção foi manifestada ao grupo de bancos que discute a renovação de empréstimos feitos às empresas da família Batista, segundo executivos do alto escalão de duas instituições envolvidas nas conversas.
Procurado, o Itaú negou que esteja endurecendo nas negociações. Em nota, afirmou que “não há nenhum movimento nesse sentido”.
Participam do grupo de credores os maiores bancos do país: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander, além do próprio Itaú. A avaliação da cúpula dessas instituições é que, como há muito dinheiro em jogo, a negociação é o melhor caminho a ser seguido nesse momento.
Juntos, os cinco têm quase R$ 25 bilhões a receber das empresas da família Batista. Entre eles, o Itaú é o que tem exposição menor. A conta dos bancos públicos —BB e Caixa— beira os R$ 15 bilhões.
Os bancos brasileiros (não só os públicos) ‘afundaram’ em atoleiros de créditos podres.
Pense:
R$ 25 bilhões no JBS
R$ 65 bilhões na OI
R$ 20 bilhões na 7 Brasil
E por aí vão os descalabros, sem falar nas construtoras, como a PDG, empresas envolvidas na Lava jato e etc.
ENFIM, os problemas do Brasil são muito mais profundos e extensos do que a ‘vã mídia’ deixa transparecer.
Veja esta matéria do Estadão que diz que os bancos estão ‘sentados’ sob R$ 300 bilhões de créditos de difícil recuperação:
Força-tarefa dos bancos tenta evitar quebra de empresas
Instituições criaram equipes especializadas em ajudar na reestruturação das companhias antes que a situação financeira se torne insustentável
Mônica Scaramuzzo e Renée Pereira, O Estado de S.Paulo
30 Janeiro 2017 | 05h00
Depois de amargarem perdas com a deterioração financeira de grandes empresas, que entraram em recuperação judicial ou estão envolvidas na Lava Jato, os maiores bancos privados do País – Itaú, Bradesco e Santander – começaram, nos últimos meses, a se organizar para evitar uma crise ainda maior. A preocupação é que essa onda de recuperações se intensifique e provoque um efeito cascata de estragos na já combalida economia do País.
Com equipes especializadas, esses bancos criaram departamentos totalmente focados na reestruturação de médias e grandes empresas. A ideia é trabalhar de forma preventiva, antes que o problema leve mais companhias a um processo de recuperação judicial ou falência – o que é prejudicial também para o balanço dessas instituições, que no último ano tiveram de fazer provisões para perdas bilionárias. Os casos mais emblemáticos foram os da Oi, com dívidas de R$ 65 bilhões, e da Sete Brasil, criada para entregar sondas para a Petrobrás, com débito de R$ 20 bilhões.
Fontes de mercado afirmam que há uma “watch list” (lista de monitoramento) de cerca de R$ 300 bilhões em dívidas de médias e grandes empresas na mira de bancos para reestruturação. Esse valor exclui a dívida da Oi e parte das renegociações de dívidas já feitas por algumas das empresas do grupo Odebrecht.
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,forca-tarefa-dos-bancos-tenta-evitar-quebra-de-empresas,70001646017