Quinta-feira, 27/07/2017, às 18:06, por João Borges Globo Online
Pesquisa aponta estado anêmico das empresas
Estudo do economista Carlos Rocca, do Centro de Estudo de Mercado de Capitais, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 45% das empresas não estão gerando receita suficiente para cobrir as despesas.
A pesquisa foi realizada por uma amostra de empresas de capital aberto e fechado. A crise financeira das empresas, segundo o levantamento, foi causada pela queda nas vendas durante o longo período de recessão, alta dos juros, encarecendo do crédito e, finalmente, a falta mesmo de crédito a partir do momento em que os bancos, temendo inadimplência, passaram a ser mais rigorosos na hora de aprovar empréstimo.
Para completar, o endividamento aumentou. Segundo Carlos Rocca, nessa situação, as empresas sequer conseguem atender à demanda, dificultando a retomada do crescimento. Sem capital de giro, não têm como comprar matéria-prima.
“As empresas estão em estado anêmico”, afirma o economista Flávio Castelo Branco, da CNI.
Com base nesse diagnóstico, a CNI solicitou ao BNDES um programa emergencial para financiamento de capital de giro, com recursos de linhas de crédito que não têm subsídio do Tesouro Nacional.
A ideia, segundo Carlos Rocca, seria financiar total da dívida que vence em doze meses, com 24 meses de carência e 60 meses para pagar. As empresas dariam como garantia os recebíveis (créditos a receber dos clientes).
Com esse critério, seria possível recuperar 27% das empresas que estão em dificuldades financeiras. Isso exigirá financiamento de cerca de R$10 bilhões.
Caso as empresas possam incluir garantias imobiliárias, o universo das empresas atendidas poderia chegar a 50% do total, com volume de empréstimo de até R$34 bilhões.