Corrupção na Espanha e esfacelamento da União Européia

Gilles Lapouge: Corrupção na Espanha

Tudo está podre no Reino da Espanha. Em particular o partido conservador atualmente no poder, o Partido Popular (PP), do qual Mariano Rajoy é o líder desde 2003 e que está no poder desde 2011

31 Maio 2018 | 19h33

Há algumas temporadas, os jornalistas políticos estão sendo condenados a usar a linguagem da polícia ou dos tribunais. A maior parte de seu tempo é dedicada ao desmantelamento de sistemas de corrupção, recebimento de duplicatas e cálculo da quantidade de dólares, lingotes de ouro ou cheques que os grandes grupos políticos, como seus chefes, seus subchefes e seus lacaios, receberam em malas cheias de dinheiro ou em instituições financeiras especializadas.

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Mariano Rajoy
Primeiro-ministro da Espanha durante cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica. Foto: Bloomberg / Dario Pignatelli

Exemplos? Numerosos demais, porque se você tivesse que levar em conta, por exemplo, os ditadores corruptos da América, da África ou da Ásia, isso exigiria arquivos enormes em papel bíblia. Sejamos modestos. Vamos ficar satisfeitos com o sul da Europa. O desastre está aqui. A Grécia ontem, a Itália ontem e hoje, a França de Sarkozy (ontem) viram o quanto a política enfiou nas bolsas! E hoje e amanhã, o chefe do governo espanhol Mariano Rajoy, vai arriscar sua cabeça à frente do Parlamento.

Por causa do desafio dos separatistas catalães em Barcelona? De modo algum: acontece que tudo está podre no Reino da Espanha. Em particular o partido conservador atualmente no poder, o Partido Popular (PP), do qual Rajoy é o líder desde 2003 e que está no poder desde 2011.

Rajoy, este discreto, maduro galego, amante da bicicleta e de jogging, jamais em cólera, especializado em frases que nada significam “A lei é a lei”, “Nós devemos fazer nosso dever”, será que ele também chafurdou no dinheiro? Ninguém diz isso. O que é dito é mais grave. É o partido popular da qual Rajoy é membro há mais de trinta anos que tem maus modos. “Um genuíno sistema de corrupção foi institucionalizado desde 1999”. “O partido popular”, escreve a analista Lucia Mendez, “é desqualificado por seu caráter delituoso. A corrupção faz parte do seu DNA”.

Rajoy não é acusado diretamente; ele é acusado de ser o líder dessa decadência e de ter sempre negado essa existência: “No meu grupo, não há corrupção”, ele sempre repetia com sua voz calma. O Tribunal Nacional de Recursos desmentiu assertivamente tais inocências. E acaba de condenar 29 dos 37 acusados, a um total de 351 anos de prisão. O chefe desta rede, Francisco Correa, recebeu pena de 51 anos de prisão. Luis Barcenas, tesoureiro do Partido Popular: 33 anos. Além da obrigação de pagar 44 milhões, etc. …

Portanto, é o Partido do Povo que joga seu destino amanhã com a questão da confiança. E consequentemente Rajoy. Este último, até então, recebeu um apelido, “O Avestruz”, porque ele tinha a mania de enterrar a cabeça em sua plumagem assim que o tédio se anunciava no horizonte. Hoje, seus seguidores esperam que ele mereça outro apelido, “A Fênix”, o mítico pássaro que “sempre renasce de suas cinzas”.

É por isso que os jornais espanhóis falam de um “cadáver”, de “um morto-vivo”, um “homem destinado ao esquecimento da história”. Mesmo que ele escape, sua época acabou de qualquer forma, aquela do domínio conservador e da estabilidade institucional. “O partido conservador jamais vai se recuperar dessa humilhação”, diz o jornalista Javier Ayussi. “O governo Rajoy perdeu toda a legitimidade e autoridade para dirigir o futuro dos espanhóis”.

E se ele cair, quais os caminhos para a democracia espanhola? Caminhos escabrosos. Vamos ampliar o foco.

Na França, no ano passado, nas eleições presidenciais, um estranho apoiado por partido algum abala o campo político, Emmanuel Macron. Após o tornado, o Partido Socialista tem apenas alguns homens velhos ocupados em lamber suas feridas. E se mordendo de vez em quando. E à direita, os republicanos, que resistiram melhor que os socialistas, não passam de sombras.

A nação irmã da França, Itália, votou em 4 de março. As formações clássicas partiram-se em pedaços (socialistas, democratas, Berlusconi etc.) Dois partidos turbulentos venceram: a extrema direita, com a Liga e os anarquistas de Beppe Grillo, que ainda não sabem se são de direita ou de esquerda.

E a Espanha? Onde estão as formações históricas? Os conservadores de Rajoy estão de joelhos. Os socialistas ainda respiram, mas mal.

E aqui estão os novos que avançam. “Podemos”: “Por dignidade”, dizem a Rajoy, “você não pode ficar na liderança do país”, ou os “Ciudadanos”, com seu líder Albert Rivera. E então, associar Podemos, com Ciudadanos e os restos dos socialistas? Mas os Ciudadanos não desejam governar com o povo de esquerda do Podemos. Além disso, o Podemos não está bem em situação de trazer a Espanha de volta às regras da moralidade política. O seu agitado chef, Pablo Iglesias, acaba de comprar uma bela e muito cara villa com piscina, perto de Madri.

Podemos apesar de tudo. Imaginar que a ideia brilhante dos italianos de amalgamar os anarquistas de Beppe Grillo e os ultradireitistas da Liga seduzirá os espanhóis? Uma grande ideia, que na verdade, é uma tolice, como mostra o fracasso da Itália, que se encontra ao alcance das legiões neofascistas da Liga. A demonstração foi feita por Roma de que tais conexões políticas “contra a natureza” estão condenadas à miséria. Então?

Em qualquer caso, não há dúvida de que uma nova hora, radiante ou escura, toca nos relógios da Velha Europa. /Tradução de Claudia Bozzo

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