Câmbio: E se?…

Câmbio: E se?…

Publicado em 05 de Abril de 2016

Escrito por: Sidnei Moura Nehme

Em nossa mais recente abordagem titulada como “Certezas em excesso onde só prevalecem consistentes incertezas”, além de abordagens anteriores correlatas, destacamos o excesso de otimismo, em especial do mercado financeiro, e o uso destemido do otimismo ante as perspectivas, que considerávamos absolutamente incertas, na formação dos preços dos ativos: câmbio, Bovespa e juro, e que continuam persistentes.

Preocupa-nos também que o Boletim FOCUS transmita por seus números projeções menos agudas ante as perspectivas, passando quase uma sensação de que o país convive com a normalidade, fato do qual esta distante.

Num contexto em que a produção industrial recua constantemente, em contrapartida surge consistente tendência de desemprego, com fortes impactos na renda e consumo de forma direta e indireta por precaução, não se pode projetar queda para 5,80% mas minimamente os 8,0% do ano passado de 2015, e consequências sociais relevantes com o empobrecimento da população.

O governo com sua política esfacelada vê momento após momento a queda da sua arrecadação como efeito natural consequente, deixando longe a sua pretensão em torno do controle da política fiscal.

As perspectivas para incremento do desemprego são cada vez maiores e este fato tem forte impacto no animo dos trabalhadores.

Os efeitos deletérios da forte recessão em que naufraga o país, praticamente irreversível no curto/médio prazos, provocam expectativa menor do IPCA, índice da inflação brasileira, mas na prática a indústria tem elevado os preços mesmo com queda na produção e isto poderá ser reproduzido no comportamento dos preços do varejo e assim não serem tão responsivos à recessão.

Não devemos perder de vista que o processo inflacionário e a sua dinâmica inercial ainda é algo muito presente na memória do atacado e do varejo. É preciso analisar a inflação dos itens de consumo essencial em particular e não o coletivo que causa dispersão do índice.

A queda do PIB sugere que será bem maior já que a velocidade atual não indica que possa vir a ser interrompida na sua tendência, seja pelo governo Dilma ou por outrem.

É muito improvável que neste ambiente ocorra uma redução de juro, que, contudo, seria conveniente, mas bastante improvável.

Mas o que desejamos abordar é o câmbio neste contexto amplamente negativo de perspectivas.

Há um volume considerável de recursos financeiros liquidamente deixando o país, havendo menor demanda de hedge e intensificação da demanda no mercado à vista. O fluxo cambial é negativo neste trimestre em US$ 10,0 Bi e recursos financeiros da ordem de US$ 16,0 Bi deixaram o país.

O BC cometeu um erro estratégico ao manter o mercado futuro excessivamente liquido face à saída liquida de recursos financeiros do país, ao mesmo tempo em que UTILIZANDO AS RESERVAS CAMBIAIS BRASILEIRAS supriu os bancos autorizados a operar em câmbio com liquidez ancoradas em concessões de financiamentos e/ou operações de vendas e compras conjugadas e lastreando as chamadas posições vendidas no mercado à vista.

O excesso de liquidez consentida, de vez que deveria ter reduzido o valor da rolagem de contratos de swaps, provocou e motivou a depreciação do preço da moeda americana intensificada pela especulação com amplitude das posições vendidas no mercado futuro pelos especuladores. Há focos de resistência neste quesito que mantém a taxa de cambio com o real apreciado, mas deixam latentes riscos relevantes.

É otimista e diríamos que muito a projeção de IED´s da ordem de US$ 55,0 Bi e saldo de balança comercial da ordem de US$ 44,0 Bi, sendo que o “status quo” do país sugere números menos expressivos e ainda um saldo de déficit em conta corrente superior aos US$ 19,9 Bi.

O Brasil conceitualmente está mal perante investidores estrangeiros e não podemos ser tão otimistas assim em relação ao saldo da balança comercial.

Só as perspectivas em torno de fluxos cambiais já seriam suficientes para colocar o preço do dólar em projeção mais agravada, há excesso de otimismo e não estão validando as incertezas.

E se o impeachment não for alcançado como espera o mercado financeiro, como fica o todo e devemos considerar que o dólar é o sensor mais fiel e imediato.

Qual será o comportamento interno e, principalmente, qual será a reação externa?

Portanto, continuamos considerando que há excessos em demasia num ambiente em que prevalecem cada vez mais incertezas, o que faz com que as projeções percam suas valias e o risco de mudanças abruptas, volatilidade, possam vir a ocorrer a qualquer de forma expressiva.

A cada rompante de otimismo, acreditamos que caiba um enfático inibidor: E SE?

Sidnei Moura Nehme
Economista e Diretor Executivo da NGO

 

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