Crise no setor sucroalcooleiro continua

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Eliane Silva

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

19/04/2019 04h00

Das 444 usinas do país, 101 ou 23% não devem moer cana-de-açúcar nesta safra, segundo levantamento da RPA Consultoria, especializada no setor sucroalcooleiro. O número supera o da safra 2017/2018, quando ficaram sem operar 97 usinas, sinalizando que a recuperação do setor atingido por uma forte crise desde 2011 ainda não começou.

As usinas com produção paralisada nesta safra não se restringem às 23 unidades falidas ou às 31 em recuperação. Há também 47 que estão com situação jurídica normal.

Falta matéria-prima para moer cana

Ricardo Arruda Pinto, diretor da RPA, disse que essas usinas não vão moer cana por falta de matéria-prima. Um exemplo é o grupo Raizen que tem 26 usinas, mas as de Araraquara (SP) e Dois Córregos (SP) não vão operar nesta safra. A cana dessas regiões está sendo redirecionada para outras unidades do grupo visando reduzir custos.

O número de unidades que entraram em recuperação judicial também aumentou no último ano, de 68 para 80. Só nos últimos 30 dias, duas companhias sucroalcooleiras passaram a esse status jurídico por não conseguir pagar seus credores. São elas: a Itajobi Açúcar e Álcool, da região de Catanduva (SP), e o grupo Santa Terezinha, do Paraná, que vai paralisar três de suas dez usinas. Outras 19 plantas, segundo Ricardo Pinto, podem entrar em recuperação até o final do ano.

Usinas falidas vão produzir

Há quatro casos excepcionais de unidades falidas que irão moer cana nesta safra. Uma delas é a Usina São Fernando, em Dourados (MS), de José Carlos Bumlai, que responde a processo na Lava Jato. A operação está a cargo do administrador da massa falida.

No Nordeste, duas usinas falidas reativadas pelo modelo de cooperativismo receberam nesta semana o incentivo da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que esteve em Petrolina (PE). A outra unidade falida que está funcionando é a Pau D’Alho, de Ibirarema (SP).

O diretor da RPA afirmou que uma das causas da crise do setor é que, de 2004 a 2010, as usinas aumentaram em 40% sua capacidade de moagem de cana. O excesso de oferta industrial, no entanto, não teve reflexo na demanda porque não vingou a política de vender etanol para o mundo.

Canaviais velhos derrubam produtividade

Outro problema é a idade do canavial, que está aumentando e derrubando a produtividade ano a ano. A renovação deveria ocorrer após o quinto corte, mas já se estende para 6,4 cortes. “A questão é custo. Renovar o canavial custa cerca de R$ 8.000 o hectare. Só tratar custa R$ 1.800.”

Segundo o especialista, 2019 ainda não é ano de recuperação do setor. Para isso acontecer, seria necessário ter preços bem melhores do álcool e açúcar.

Governo vai interferir no preço da gasolina?

A perspectiva para o etanol é boa, se não houver repetição da política de interferência no preço da gasolina, mas o preço do açúcar está baixo há um ano e meio, tornando a safra mais alcooleira. Nenhuma usina, no entanto, tem capacidade de fazer 100% etanol ou 100% açúcar. Chega ao máximo a 70% e 30%.

Evandro Gussi, diretor-presidente da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), afirmou que o setor ainda sofre sequelas da política intervencionista de preços da gasolina do governo Dilma Rousseff, que levou quase 120 usinas a fechar naquele período. “Mas hoje temos mais de 50% do setor com baixa alavancagem e alta capacidade de buscar recursos.”

Segundo o executivo, a perspectiva de o Renovabio (nova política nacional de biocombustíveis visando segurança energética e redução de emissões de gases causadores do efeito estufa) começar a rodar em 2020 é o fator de maior estímulo para o setor no médio prazo, porque vai consolidar o Brasil como referência global de mobilidade sustentável, garantir previsibilidade aos investimentos e premiar a eficiência, o que acarretará um setor sucroenergético maior e melhor.

Gussi disse que uma das maiores demandas do setor, o aumento da produtividade agrícola, pode ser resolvida com o Renovabio porque, para cumprir as metas de descarbonização, vai haver uma demanda de mais 50% ou 60% de etanol. “Isso vai inspirar e atrair investimentos também para o perfil agrícola.”

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