Economia dos oceanos, China é a nação preponderante
Economia dos oceanos, China é a nação preponderante mais uma vez…
Economia azul, ou economia dos oceanos, é uma expressão em economia relacionada à exploração e preservação do meio marinho. Seu escopo de interpretação varia entre as organizações. Segundo o Banco Mundial, a economia azul é o “uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento econômico, melhores meios de vida e empregos, preservando a saúde do ecossistema oceânico”.
(Texto a partir de matéria da weforum.org.)
Economia dos oceanos de acordo com a ONU
Já, para as Nações Unidas, “a Economia dos oceanos “compreende uma variedade de setores econômicos e políticas relacionadas. Juntas, determinam se o uso dos recursos oceânicos é sustentável. Um desafio importante é entender e gerenciar melhor os muitos aspectos da sustentabilidade oceânica. Elas vão da pesca sustentável à saúde do ecossistema. E à prevenção da poluição.”
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A ONU observa que a Economia Azul ajudará a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Um dos quais, o 14º, é ” Vida na Água”. Ou a conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, com sede em Paris, França, é uma organização internacional composta por 35 países membros, que reúne as economias mais avançadas do mundo, bem como alguns países emergentes como a Coreia do Sul, o Chile, o México e a Turquia. É chamado de ‘grupo dos ricos’, e recentemente esteve na pauta em razão da promessa de Trump a Jair Bolsonaro de facilitar o ingresso do Brasil, coisa que não aconteceu.
OCDE define economia dos oceanos
O site da OCDE assim define a economia dos oceanos: “Abrange indústrias oceânicas (como navegação, pesca, eólica offshore, biotecnologia marinha), mas também os ativos naturais e serviços ecossistêmicos que o oceano fornece (peixes, rotas de navegação, absorção de CO2 e similares, saiba mais). Como os dois estão intrinsecamente interligados, este relatório aborda muitos aspectos dos serviços ecossistêmicos e do gerenciamento baseado em ecossistemas, focando o tempo todo na dimensão da indústria oceânica.”
Economia oceânica global
ONU: “A economia oceânica global, medida em termos da contribuição das indústrias oceânicas para a produção e o emprego econômicos, é significativa. Os cálculos preliminares com base no banco de dados da economia oceânica da OCDE avaliam a produção da economia oceânica em 2010 em US$ 1,5 trilhão, ou aproximadamente 2,5% do valor agregado bruto mundial (GVA). O petróleo e o gás offshore representaram um terço do valor agregado total das indústrias de base oceânica. Seguidos pelo turismo marítimo e costeiro, equipamentos marítimos e portos.
Os empregos gerados pela economia dos oceanos em 2010
ONU: “O emprego direto em período integral na economia oceânica totalizou cerca de 31 milhões de empregos em 2010. Os maiores empregadores foram a pesca industrial com mais de um terço do total. E o turismo marítimo e costeiro com quase um quarto.”
A economia dos oceanos deve dobrar até 2030
Ela deve crescer o dobro da taxa do restante da economia global até 2030. Um aspecto às vezes não apreciado desse recente crescimento marinho industrial explosivo é que sua distribuição é altamente desigual. De fato, muitas facetas-chave da nova economia oceânica são dominadas por uma nação: a China.
Economia dos oceanos e a potência em ascensão: China
Economia dos oceanos: China nas instalações eólicas offshore, e exploração de minerais
Plano quinquenal da China de expandir sua “economia azul”
“Isso inclui a construção de novos portos em casa e no exterior, ampliando a infraestrutura de dessalinização e fazendo novos investimentos na exploração em alto mar. Parte do recente crescimento marítimo global da China veio com dores crescentes para a China e seus vizinhos oceânicos globais. A China, por exemplo, não apenas lidera o mundo na pesca, aquicultura e transporte marítimo – como também lidera o mundo na produção de poluição plástica marinha: quase um terço do total de resíduos plásticos mal administrados do mundo disponíveis para entrar nos oceanos vem da China”.
A China construiu uma série de Ilhas artificiais em toda a área do Mar da China, o que provocou a ira de alguns vizinhos, como as Filipinas, por exemplo. O objetivo é reforçar a reivindicação de posse sobre a região. E, de acordo com a Ocean Conservancy, mais de 50% do plástico em nossos mares vêm de apenas cinco países – e todos localizados na Ásia. A China é um deles.
Liderança implica em bons exemplos
“A liderança da China nos oceanos globais de hoje cria uma oportunidade definida e um grande imperativo para a China também liderar esforços para moldar o oceano de amanhã. Há muitas oportunidades para a China acelerar. Em 2017, a Conferência das Nações Unidas para o Oceano deu aos governos a oportunidade de registrar compromissos voluntários para apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU relacionados ao oceano. Enquanto a República Dominicana, uma pequena nação insular com um PIB de aproximadamente US$ 76 bilhões, assumiu 43 desses compromissos para o oceano, a China, com um PIB de mais de US$ 12 trilhões, fez apenas cinco.”
Áreas protegidas nos oceanos
‘Do mesmo modo, o estado insular de Palau protegeu 81% de suas águas nacionais, enquanto a China oficialmente protegeu 5,4% de suas águas marinhas e colocou menos de 0,01% dessas zonas sob forte proteção.” Palau, por sinal, tornou-se um imenso santuário marinho.
Aquacultura suja
“Da mesma forma, a China poderia investir mais esforço e dinheiro no avanço da aquicultura inteligente, em vez da agricultura aquática suja da região. Projetos de aquicultura sustentável podem ajudar o país a atingir as metas de produção. Além de abordar questões regionais de segurança nutricional – sem comprometer a saúde do ecossistema ou prejudicar a capacidade dos pescadores de fornecer um suprimento constante de frutos do mar ao ar livre.”
Revolução industrial marinha
“Criar uma revolução industrial marinha mais amigável para o oceano exigirá coordenação intergovernamental. Além de alinhamento de agendas de pesquisa e aceleração de tecnologias marinhas mais inteligentes. A China não pode fazer isso sozinha. Mas pode fazer muito para catalisar e acelerar o momento global necessário.”
Algumas medidas positivas da China
“Medidas positivas foram tomadas. Nos últimos anos, a China penalizou vários de seus distantes navios de pesca por violar os regulamentos internacionais. E pescar ilegalmente nas zonas econômicas exclusivas de outros países. As licenças foram revogadas. E os subsídios aos combustíveis foram cancelados para centenas dessas operações ilegais.”
País terá que se emendar se quiser ser farol na economia dos oceanos
A China, se quiser mesmo assumir a liderança global, precisa mudar certas práticas. A medida acima citada é apenas uma das muitas que precisa tomar. O país tem a fama se ser o grande corrupto das reuniões internacionais de pesca. A China é acusada por pesquisadores de renome mundial como Enric Sala, diretor executivo da Pristine Seas. Ele acusa o país não só de invadir águas territoriais alheias, mas de pescar dentro de santuário marinhos mundo afora. Além de ser o mais corrupto em fóruns internacionais de pesca
O grande desafio
O grande desafio da revolução industrial marinha será descobrir como tirar mais do oceano e prejudicá-lo menos. Há muito trabalho a ser feito. E rápido. A China está no comando quando se trata de definir como a nova economia oceânica se desenvolve e o que significa uma revolução industrial marinha para a saúde global dos oceanos. A questão permanece: para qual lado vai a China? Continuará ignorando regras internacionais, insistindo em um crescimento predatório, ou assumirá de fato a posição de líder? Em outras palavras, ou imagens, o que escolherá o país?

Ou a China se vestirá de ‘ tigre de papel’?
