Frota de empresas aéreas brasileiras cai pela 1ª vez em 12 anos

Frota de empresas aéreas brasileiras cai pela 1ª vez em 12 anos e perde 50 aviões
Número de registros de aeronaves de empresas que fazem voos regulares caiu de 700, em 2015, para 650 em 2016, segundo dados da Anac.
Por Marina Gazzoni, G1
17/01/2017 06h00 Atualizado há 1 hora
A frota das empresas aéreas brasileiras encolheu pela primeira vez em 12 anos em 2016 e perdeu 50 aeronaves, segundo levantamento do G1 com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que consideram apenas o transporte aéreo regular. A redução da frota é consequência da recessão econômica, que esfriou a demanda por passagens aéreas e reverteu a trajetória de crescimento do setor.
As três maiores empresas aéreas – Latam, Gol e Azul – reduziram em 41 unidades suas frotas operacionais entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016. Essa foi a primeira redução de frota da história das três empresas no Brasil. A Avianca, quarta empresa no ranking nacional, foi a única que manteve sua frota estável, em 44 unidades.
Com menos aviões nas suas frotas, as empresas também encerram o ano com menos voos à venda. Juntas, as três maiores empresas cortaram 234 voos diários da malha aérea em um ano.
Corte de voos
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, a devolução das aeronaves foi o último passo de um processo de reestruturação do setor. A Abear representa as quatro maiores empresas aéreas brasileiras – Latam, Gol, Azul e Avianca -, que respondem por cerca de 99% do mercado brasileiro de aviação.
A demanda por transporte aéreo registrou 16 quedas mensais consecutivas até novembro do ano passado, último dado disponível, voltando ao nível de 2013, de acordo com dados da Anac.
“A aviação viveu um momento de ascensão de oferta entre 2003 e 2012, quando todas as empresas ampliaram suas frotas. A partir de 2013 começaram a aparecer sinais de que esse ciclo de crescimento se esgotou, o que ficou mais claro nos três anos seguintes”, disse.
Sem conseguir continuar a crescer, as empresas voavam com cerca de 30% dos seus assentos vazios, número que sinaliza um excesso de capacidade no setor e favorece uma guerra de preços entre as empresas.
A situação ficou mais difícil quando o setor sofreu um choque de custos, resultado, principalmente, da valorização do dólar em relação ao real entre 2011 e 2015. Mais da metade dos custos das empresas aéreas é atrelado à moeda americana, como querosene de aviação, manutenção de peças e leasing de aeronaves.
As empresas aéreas brasileiras somam um prejuízo líquido de R$ 15,3 bilhões entre 2011 e 2015, segundo dados da Anac. Sem conseguir vender passagens aéreas mais caras para fazer frente aos seus custos, elas tiveram de reduzir seus voos para estancar a perda financeira.
“Primeiro as empresas cortaram custos internos. Depois revisaram suas rotas e deixaram de fazer voos deficitários. O último passo foi a devolução de aviões”, disse Sanovicz.
Recuperação lenta
A expectativa da Abear é que a demanda por voos só comece a dar sinais de recuperação no segundo semestre deste ano. “Será uma retomada gradual, mas não será suficiente para recuperar o tamanho que tinha a aviação brasileira antes desse corte”, afirmou.
Segundo ele, as empresas se ajustaram à realidade da economia brasileira e, assim, estão mais saudáveis. O processo de recuperação da frota dependerá do ritmo de crescimento da economia brasileira, afirmou Sanovicz.
A lógica do mercado é que, com menos oferta, os preços voltem a subir e sejam compatíveis com os custos. Questionado se as empresas devem subir o preço, Sanovicz foi enfático. “O preço depende da demanda. Se o passageiro achar a passagem cara, ele não compra.”
Estratégias
As empresas aéreas adotaram diferentes estratégias para reduzir sua frota. A Latam, empresa que nasceu da fusão da brasileira TAM com a chilena LAN, anunciou em novembro de 2015 que pretendia reduzir em 40% os investimentos em expansão de frota entre 2016 e 2018, um corte de US$ 3 bilhões. Na prática, a companhia devolveu aeronaves e postergou o recebimento de aviões que já tinha comprado.
A Gol ainda prevê devolver mais cinco aeronaves neste ano e só espera retomar o crescimento da frota em 2018, de acordo com projeções divulgadas em novembro do ano passado durante a teleconferência de resultados.
Questionado sobre a decisão de continuar a cortar sua frota mesmo diante de uma recuperação dos resultados da companhia, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse na ocasião que a empresa precisa ser “conservadora” e promover uma “disciplina de capacidade”. “No País, hoje, se vive uma expectativa positiva, mas os indicadores de recuperação ainda são relativamente tímidos neste exato momento”, afirmou.
Para reduzir a sua frota, a Gol devolveu aviões, postergou as entregas de aeronaves e chegou a aluga-las para empresas aéreas estrangeiras.
Criada em 2008, a Azul cortou 18 aviões da sua frota em 2016. Para isso, a empresa repassou 17 aviões para a companhia portuguesa TAP, que tem o mesmo controlador, o empresário David Neeleman, e devolveu aviões que eram da frota da Trip, empresa regional adquirida pela empresa em 2012. A empresa continuou a receber aviões, que substituíram em parte os que foram removidos da frota.
Na contramão
A Avianca foi a única companhia que não reduziu o número de aeronaves em operação, mantendo sua frota estável em 44 unidades. “Nós executamos o plano de negócios que tínhamos. A nossa ideia era substituir os antigos Fokker por modelos da Airbus”, disse o vice-presidente comercial da Avianca, Tarcísio Gargioni. “Queríamos padronizar o serviço da companhia, o que só era possível com a padronização da frota”, afirmou.
Os aviões da Airbus têm mais assentos do que os Fokker, o que levou a Avianca aumentar a oferta de passagens aéreas no Brasil neste ano. A simples substituição das aeronaves levou a empresa a começar o ano com uma oferta 12% maior, explica o executivo.
Como consequência, a Avianca viu sua participação de mercado nos voos domésticos saltar de para 12,3% em novembro do ano passado, último dado disponível, mais que os 10,4% registrados um ano antes. “O market share não era a nossa meta, mas foi consequência. O mercado se retraiu e nós crescemos”, afirmou.
Procuradas, Gol, Azul e Latam não deram entrevista.

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