Juros quase nulos criam novos mercados

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Louca busca por retorno

A busca frenética por rentabilidade mina a avaliação mais rigorosa de riscos

Fábio Alves*, O Estado de S.Paulo

16 de outubro de 2019 | 04h00

Com a aposta de que a taxa Selic, os juros básicos da economia, vai cair abaixo de 5,0% até o fim deste ano, os gestores de fundos e de carteiras individuais de investimentos, além dos próprios investidores, embarcaram numa corrida desenfreada para garantir taxas de retorno mais elevadas para as suas aplicações.

Essa busca frenética para garantir yield, jargão em inglês para a rentabilidade, vem deixando para segundo plano, em muitas situações, uma avaliação mais rigorosa de risco de crédito e de mercado ou até uma melhor adequação ao perfil do investidor brasileiro, ainda acostumado a prazos mais curtos de aplicação.

“Não existe mais essa história de viver de renda”, diz o sócio e gestor da MZK Investimentos, Marco Mecchi, referindo-se aos tempos quando a Selic estava a 14,25% ao ano. Segundo ele, se os juros básicos caírem para 4,50%, por exemplo, o desconto do Imposto de Renda já faria com que as aplicações que acompanham a taxa básica rendessem praticamente a variação da inflação.

“As pessoas terão de trabalhar mais ou colocar o dinheiro para trabalhar tomando risco”, argumenta Mecchi. Ele diz que uma saída será comprar ações de empresas e títulos privados de renda fixa, como as debêntures, ou aplicar em fundos de ações, de crédito e multimercados. Para ele, o investidor brasileiro terá de se acostumar com um patamar bem mais baixo de taxa de retorno livre de risco, como as aplicações em títulos públicos, ao redor de 1,5% acima da inflação.

Não à toa, é crescente a demanda por emissões de debêntures incentivadas – isentas de Imposto de Renda – com taxas de retorno consideradas elevadas para o novo patamar de juros da economia brasileira.

Em maio, a transmissora de energia Taesa, controlada pela mineira Cemig e pela colombiana Isa, emitiu R$ 210 milhões em debêntures com vencimento em 2044, pagando uma remuneração de 5,50% acima da variação do IPCA, o índice oficial de inflação. Diante da forte demanda, a Taesa anunciou em agosto nova emissão de R$ 450 milhões em debêntures com prazo de 25 anos.

“É praticamente um casamento”, diz um consultor de investimentos para clientes de elevado patrimônio ao comentar o prazo de aplicação do papel emitido pela Taesa. “Tanto gestores como clientes estão aprendendo a investir em um mercado como esse de juros baixos, pois por décadas o CDI foi o melhor amigo do homem, mas isso acabou!”

Quando a taxa Selic ainda estava em patamar elevado, era inimaginável um emissor privado tentar vender uma debênture com prazo de 25 anos. Além disso, as emissões de debêntures de empresas geralmente ficavam nas mãos de apenas quatro ou cinco investidores, os quais entendiam melhor o que estavam comprando.

Agora, há plataformas de investimentos que estão distribuindo esses papéis para o varejo, ou seja, para um número bem maior de clientes, boa parte com menor patrimônio e muitos dos quais sem a menor noção de risco de crédito ou a percepção de que estão investindo seus recursos por um prazo maior do que se sentiriam confortáveis.

Além do crédito privado, tem havido também uma corrida para a compra de cotas de fundos de investimento imobiliário (FIIs), que pagam dividendos mensais, além da possibilidade de valorização das cotas negociadas no mercado. Só em agosto, o número de investidores em FIIs aumentou 10,4% ante o mês anterior para 431.330.

Para o CEO da Trafalgar Investimentos, Paulo Corchaki, a demanda por crédito privado local e por FIIs deverá ter vida curta, até pela falta de ativos. Para ele, a próxima tendência, no ambiente em que os juros nominais ficarão baixos por muito mais tempo, será a demanda por ativos internacionais, denominados em moedas fortes. “Como o diferencial de juros deixará os ativos brasileiros menos atrativos, passa a ser interessante ter recursos aplicados em ativos no exterior, quer seja bolsa, fundos ou renda fixa. E isso não só para clientes grandes”, diz Corchaki.

Nessa transição para um ambiente para juros reais próximos de zero, o investidor não pode focar apenas na taxa de remuneração de uma aplicação, fechando os olhos para o risco de crédito ou para um prazo muito maior do que está acostumado. Com tanta liquidez disponível, o risco é aplicar em ativos de menor qualidade e se dar mal.

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