ECONOMIA / 12.04.16
Para Moody’s, renegociação de dívidas mascara crise
EXAME
O forte crescimento de renegociações de empréstimos “mascara”, segundo a agência de classificação de risco Moody’s, o real tamanho da deterioração dos ativos dos bancos brasileiros. Nas contas da agência, se os créditos reestruturados ¬ aqueles em que o tomador estava inadimplente antes de renegociar ¬ fossem incluídos na conta do índice de inadimplência, o indicador daria um salto de 1,8 ponto percentual. Em dezembro, o índice de empréstimos vencidos há mais de 90 dias estava em 3,4%. Com as dívidas renegociadas, iria para 5,2%.
As estimativas da Moody’s têm por base o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central. Na publicação, o BC estima que a inadimplência cresceria 0,7 ponto percentual caso fossem incluídas as dívidas que estavam inadimplentes, mas foram repactuadas. A instituição excluiu da conta, porém, todos os créditos renegociados que estavam em dia há pelo menos um ano. “Ainda que o risco dos ativos dos bancos brasileiros pareça gerenciável com base nos índices de inadimplência publicados, a perspectiva é mais complicada quando considerado o alto volume de empréstimos renegociados”, disse Farooq Khan, autor do relatório da Moody’s. Ele observou que, dos maiores bancos brasileiros, apenas Itaú Unibanco e Banco do Brasil apresentam estatísticas completas sobre os empréstimos renegociados, incluindo as taxas de inadimplência dessas linhas.
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