Setor de serviços encolhe 4% e tem pior fevereiro desde 2012
No acumulado em 12 meses, volume recua 3,7%, diz IBGE
POR ANDREA FREITAS
13/04/2016 9:02 / ATUALIZADO 13/04/2016 15:55 O GLOBO
RIO – O volume do setor de serviços encolheu 4% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quarta-feira o IBGE. O resultado foi o pior para o mês da série iniciada em 2012. No acumulado em 12 meses, o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) registrou baixa de 3,7%. Neste ano, a queda é de 4,5%. O cálculo do volume é obtido descontando a inflação da receita nominal.
O resultado de fevereiro ficou no vermelho, mas foi menos acentuado do que nos dois meses anteriores, quando o setor encolheu 5% em cada um deles. Também é a queda mais suave desde agosto do ano passado (-3,5%). Para o economista Fabio Bentes, da Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), esse arrefecimento dos números indicam que, provavelmente, o período mais crítico para o setor de serviços já tenha passado:
– Já estamos vendo um arrefecimento e as quedas estão sendo menos intensas do que no último trimestre do ano passado, que ao que tudo indica foi o período mais crítico para os Serviços. Os resultados de 2016 já podem ser efeito de uma inflação menor.
Já a receita nominal registrou alta de 1,9% em fevereiro, enquanto no acumulado em 12 meses houve avanço 1,2%, de acordo com os dados do IBGE. Em 2016, o crescimento foi de 0,9%.
O IBGE registrou queda no volume de vendas em todos os segmentos pesquisados: serviços prestados às famílias (-1,4%); de informação e comunicação (-5,3%); profissionais, administrativos e complementares (-4,3%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-2,0%) e outros serviços (-6,1%). Já o agregado especial das atividades turísticas registrou crescimento pelo segundo mês seguido: 1,3%, em fevereiro e 0,5%, em janeiro, contra queda de 1,6%, em dezembro.
Os serviços de informação e comunicação foi o segmento que mais impactou a taxa da PMS em fevereiro, puxando o dado para baixo em 2,2 pontos percentuais. Em seguida aparecem os serviços profissionais, administrativos e complementares, com influência de -0,8 ponto percentual. A terceira pressão de baixa veio de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-0,6 ponto percentual), acompanhada por outros serviços (-0,3 ponto percentual) e serviços prestados às famílias (-0,1 ponto percentual).
– O setor de serviços de informação e comunicação está indo na contramão dos demais, ou seja, foi o último a apresentar queda. No ano passado, dos cinco setores pesquisados, esse foi o único que não teve queda de receita, que ficou estável em relação ao ano anterior. Mas em julho, depois de alguns meses de deflação, a alta dos custos de produção, motivados pela valorização do dólar, aumentou os preços, que resultou em queda nas vendas – analisa Bentes.
Depois de recuar 7,3% em dezembro e 4,1% em janeiro, os serviços prestados às famílias — como atividades esportivas, de lazer, lavanderias e cabeleireiros — desaceleraram ainda mais a queda, registrando baixa de 1,4% em fevereiro. Desde maio de 2014, este segmento mantém a série constante de variações negativas de volume. No ano, acumula queda de 2,9% e em 12 meses, de 5,5%. Os serviços de alojamento e alimentação caíram 2,7%, enquanto outros serviços prestados às famílias cresceram 6,4%.
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